terça-feira, 10 de março de 2015

Dia da Mulher

Este é sempre um assunto muito delicado. Por um lado temos as feministas convictas, que festejam euforicamente o dia. Por outro temos aquelas que não ligam nenhuma ao dia. 
Sempre me incluí neste último grupo. De forma racional. Com muita ponderação. Sempre achei que não tinha nada que festejar a discriminação. Sempre vi o dia assim. E quem quer tratamento igual não devia fazê-lo também.
Este ano tudo mudou. Será que tal se deve ao facto de ser mãe? Não sei! Mas mudei de opinião. A verdade é que não mudei o facto de achar que não tenho nada para festejar. Mas acho que devemos falar da mulher, da sua condição. Enquanto houver uma mulher que não seja livre, devemos falar disso (mulher, homem, criança, novo, velho...). A verdade é que eu tenho uma vida normal. Trabalho, saio, viajo, sou proprietária, falo, penso, sinto, sem necessidade de autorização. Tenho um marido que divide as tarefas domésticas comigo. Que divide o trabalho com o nosso filho. Para mim, tenho uma vida normal. Nunca conheci outra. Mas... Mas... Ainda há mulheres que não podem dizer o que pensam. Não podem sair quando lhes apetece. Não trabalham. Ou se trabalham, não controlam o seu dinheiro. Enfim! Para nem mencionar aquelas que são vitimas. Vítimas de palavras, acções, agressões. Não podemos esquecer que vivemos num país livre há 40 anos. Mas ainda hoje há mulheres a morrer porque o marido ou o companheiro as mata! E não podemos ser indiferentes. E por isso, este ano, não festejei. Mas pensei muito nisso. E falo hoje pela primeira vez. E digo CHEGA! Todos merecem ser livres. Não interssa se são mulheres, homens, crianças. Não interessa a raça, a religião. É a condição humana que interessa. É nisso que devemos focar a nossa vida. É isso que quero ensinar ao meu filho. Ponto!
Eu, enquanto mulher, mãe, cidadã livre, apoiarei toda e qualquer iniciativa que sirva para chamar a atenção para a falta de liberdade. E foi assim que vi este meu "primeiro" dia da mulher!

Sem comentários:

Enviar um comentário