sábado, 20 de fevereiro de 2010

Porque os homens nao foram feitos para limpar frigoríficos, banheiras e quartos de banho

Meus queridos amigos, confesso que nunca tal tema me havia passado pela cabeça. A que propósito iria eu, num belo dia de sol e aborrecida com a vida, lembrar-me de escrever sobre o pequeno pormenor rotineiro "Porque os homens não foram feitos para limpar frigoríficos, banheiras e quartos de banho"????
Pois eu passo a explicar. Numa conversa "facebookiana" com um amigo de muitos anos (muitos mesmo), ele estava a contar-me que tinha passado o dia a limpar o anterior apartamento para poder entregá-lo nas melhores condições. Nada disto seria extraordinário, não fosse o facto de ele nem sequer ter forças para ir ao cinema, depois deste dia. E, na verdade, foi ele que me sugeriu este texto. E, como eu acho que os homens são bem capazes de limpar frigoríficos, banheiras e quartos de banho, tive que solicitar explicações extra para poder escrever sobre o tema... E cá vai, depois do rufar dos tambores... E porquê? E porquê? Porque os homens foram feitos para pendurar quadros, montar candeeiros, mobília do Ikea e beber cervejas. Ora nem mais... Elementar, não é?
Amigos do meu casulo, para mim isto é preocupante. Sabem porquê?? Se cá em casa, sou eu que limpo o frigorífico, as banheiras (e são demais) e os quartos de banho (e até aqui tudo bem, segundo o meu amigo), se fui eu que montei os candeeiros e a mobília do Ikea (e diga-se de passagem está tudo muito bem montado), restam os quadros e a cerveja para os homens!!!
Parece-me que está explicado o facto de não haver homem cá em casa...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Memórias felizes

Hoje escrevo sobre sentimentos. É difícil, mas devo-o a mim própria.

As minhas memórias de infância e adolescência foram "filtradas" há muito por um acontecimento triste que me marcou: a doença do meu pai. Posso dizer-vos que uma parte considerável da minha vida (atendendo a que tenho 31 anos e o meu esteve doente 6 anos e meio) foi apagada do meu "baú" de recordações. Existem sombras de algumas coisas, mas nada nítido... Durante muito tempo lutei contra isto, sem que nunca nada me fizesse lembrar coisas simples e felizes...

Até hoje! Hoje uma simples música, que já ouvi tantas e tantas vezes, publicada no facebook pela minha irmã, para que eu ouvisse, provocou em mim um turbilhão de angústias, misturadas com gargalhadas, enternecidas com sombras que aos poucos foram ganhando formas. Hoje lembrei-me de coisas magníficas da minha infância. Quase senti na pele o que esteve tanto tempo escondido num labirinto. E hoje tive mais razões para me sentir feliz, segura, autêntica.
Hoje ouvi a voz do meu pai a contar-me histórias todos os dias antes de adormecer. Hoje senti um beijo terno de boa noite, diário, na minha testa. Hoje senti o beijo esquimó do meu pai. Hoje vi o olhar dele, perto do meu, quando me fazia sentir as suas pestanas grandes. Hoje ouvi uma gargalhada dele. Hoje senti a mão dele a apertar a minha. Hoje senti a cabeça dele encostada na minha, numa tarde de Domingo, deitados no sofá, a ver corridas de F1. Hoje vi o meu pai a ensinar-me a conduzir uma mota. Hoje vi o meu pai orgulhoso na minha promessa nos escuteiros. Hoje senti um abraço do meu pai, apertado, bem apertado, com medo de me perder. Hoje vi uma lágrima escorrer-lhe no rosto, quado teve uma conversa mais séria comigo. Hoje ouvi o meu pai cantar esta música...

E, sim, faz-me muita falta. Mas foi pleno, foi verdadeiro, foi equilibrado, foi cheio. Não posso pensar no tempo sem ele. Devo lembrar-me do tempo que tive. Porque foi, definitivamente, um privilégio ser sua filha. E nada, mesmo nada, poderá fazer-me sentir menos forte!!!
Por tudo isto, meus amigos que têm filhos, sobrinhos, afilhados, crianças que amam, mostrem-lhes todos os dias o quanto significam na vossa vida através de pequenos gestos, porque um dia serão as memórias desses momentos o melhor alimento da alma...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sem paciência

Ao "passear" no facebook, deparei-me com um grupo de fãs com o nome "sem paciência para pessoas complicadas" e apeteceu-me escrever sobre isso.
Porquê??
Porque ando sem paciência para pessoas complicadas. Porque ando sem paciência para problemas. Porque ando sem paciência para indecisões. Porque ando sem paciência para chatices. Porque ando sem paciência para stress. Porque ando sem paciência para intrigas. Porque ando sem paciência ... Simplesmente... Porque ando sem paciência!
Orgulho-me de ser uma pessoa "de bem com a vida". Orgulho-me de ser amiga de quem merece a minha amizade (e às vezes de quem não merece também...). Orgulho-me de ser independente, autónoma, alegre e feliz. Porém, esforço-me diariamente para isso!! Dá trabalho ser e estar assim. Na verdade, o mais fácil é ficar a pensar nos problemas. O mais fácil é deixarmo-nos absorver pela depressão que as dificuldades provocam. É difícil ultrapassar obstáculos, quebrar barreiras, tomar decisões, acalmar, ouvir... Mas, garanto-vos, VALE A PENA!!! E, por isso, ando sem paciência para o que é mau... Sorry, but that's the way it is!
Ron rons lunares da borboleta

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Intensidade

Para a Tula:
"O valor das coisas não está no tempo que duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
Uma das minhas frases favoritas! Uma das frases que tento ter sempre presente quando perco, quando sinto falta...
Nos últimos dias tive a visita de uma amiga. Uma amiga que ganhei por acaso (parece-me que é sempre assim, afinal!) e que desde então está presente na minha vida. Talvez nos tenhamos aproximado pelos momentos conturbados que ambas vivíamos na época em que nos conhecemos. Talvez estivesse escrito algures nos astros que tínhamos que ser amigas. Talvez haja um propósito ainda por descobrir. O que é um facto é que somos amigas e, apesar desta imensidão que nos separa (o oceano Atlântico), estamos presentes na ausência física.
Ontem ela regressou. E caiu um vazio em casa (que deixou de ter movimento durante o dia). Caiu um vazio na caixa íntima das minhas emoções (que sabe que não pode ter a cumplicidade do olhar e da gargalhada, nem a sinceridade das lágrimas sempre que são necessárias). E é então que chega a SAUDADE. Chega aquele sentimento que nos arranca o melhor que vivemos e nos impossibilita de rejubilar de alegria pelo que foi vivido.
Nada acaba aqui, hoje, para sempre. Foi feito apenas um "pause" físico. Ainda este ano tenciono reencontrar-me com ela e com outros amigos que não vieram desta vez e, por isso, não vou sentir saudade. Porque saudade sentimos daqueles que não voltaremos a ter junto de nós. E os amigos teremos sempre connosco.
Ainda assim, não resisto, simplesmente porque adoro:
As coisas vulgares que há na vida não deixam saudade.
Só as lembranças que doem ou fazem sorrir.
Há gente que fica na história, na história da gente.
E outras de quem nem o nome lembramos ouvir.
São emoções que dão vida à saudade que trago,
Aquelas que tive contigo e acabei por perder.
Há dias que marcam a alma e a vida da gente.
E aquele em que tu me deixaste não posso esquecer.
A chuva molhava-me o rosto gelado e cansado.
A ruas que a cidade tinha já eu percorrera
Meu choro de moça perdida gritava à cidade
Que o fogo do amor sobre a chuva há instantes morrera.
A chuva ouviu e calou o meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro trazendo a saudade...