sexta-feira, 29 de abril de 2016

Gémeos... Ou quase...

Adoptar dois cães de uma vez implica um logística desgraçada. Deve ser quase como adoptar gémeos. É tudo a dobrar! Imaginem: tínhamos uma trela. Tivemos que comprar outra. Tínhamos uma casota. Vamos ter que comprar uma maior. Tínhamos uma taça para comida e uma para água. Lá tivemos que arranjar mais uma de cada. Se quisermos ir passear com eles, já não será fácil ir no meu carro (a mala é pequena para dois cães deste tamanho). Quando desço as escadas e um se levanta, lá vem o outro atrás... É uma logística desgraçada mesmo!
E agora perguntam-me vocês "porque carga de água te lembraste de adoptar dois cães de uma vez?" A resposta é simples. Se vos contar, poucos de vós teriam feito diferente...
O meu facebook é inundado diariamente de apelos de adopção de cães. Já vos contei aqui e aqui e aqui que tive uma óptima experiência de adopção com o Loubie e uma péssima tentativa de adopção através de uma psicótica (aqui)... Mas eis que me chega um apelo que diz "adopção urgente, conjunta. Motivo: divórcio." Não cabe à minha pessoa qualquer tipo de julgamento. Mas fiquei a pensar como seria para estes dois cães, juntos desde sempre numa família, de repente ficarem sem o seu mundo... Conversámos. A verdade é que tínhamos, desde sempre, ponderado a hipótese de ter dois cães. Sentíamos que o Loubie se sentia sozinho durante o dia e isso deixava-nos tristes. E pronto! Decidimos, sem compromisso, entrar em contacto com a pessoa que fez o apelo. Agendamos uma hora para ir ver os cães, preparamo-nos emocionalmente e fomos. Levamos o Pedro connosco, porque a verdade é que o Pedro é uma peça fundamental em todo este processo. E eles? Eles mostraram-se tão meigos e carentes desde o primeiro segundo que não havia como duvidar. 


O Luís foi buscá-los no dia de aniversário dele. Digamos que foi um belo presente de aniversário. Não acham? Eu estava ausente em trabalho e só regressei uns dias depois. Logo no primeiro dia receberam-me assim: tranquilos, meigos, carinhosos, sossegados...


Devo ressalvar que estes cães não eram maltratados. Não os tirei de nenhuma situação de maus tratos ou abandono. Eram cães que andavam soltos no jardim, tinham comida e água à discrição. No entanto, eram cães que não passeavam, não ficavam dentro de casa, não tinham contacto estreito  com humanos. Não quero dizer que nós sejamos donos da verdade. Ou que aquilo que fazemos seja a única coisa que está certa. Ainda assim, acreditamos que fazemos o melhor por eles e, deixem-me que vos diga, já se nota muita diferença, quer no corpo, quer no comportamento deles. A Zara (castanha) está gorda, mas quando a fomos buscar estava obesa. Tinha a comida disponível o dia todo, e comia o que e quando lhe apetecia... Já o Dutti (preto), não comia sozinho. Estava habituado a comer da mesma taça que a Zara e só comia depois dela dar autorização... Além disso, não passeavam. Não faziam exercício. 
Hoje a Zara e o Dutti estão enraizados na nossa vida. Fomos ao veterinário. Vacinas, desparasitação, exame geral. Passeiam três vezes por dia, sendo que um dos passeios tem geralmente uns 8 kms. Eles vão ficar fit. E nós também! Inevitavelmente, depois do Loubie nos deixar, paramos o exercício físico. Estas duas doçuras vão obrigar-nos a retomar. Confesso que já tenho saudades das longas caminhadas e de umas corridinhas! 
Família completa por aqui, com estes gémeos! 

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Familia alargada

Chegou a hora! Sabia que o momento chegaria. Era uma questão de tempo. E se bem se lembram, ainda há pouco tempo escrevi sobre isso. Adoptamos um cão e uma cadela!!! Yupiiiiiiiiii!
Sim, vamos ter mais trabalho! Sim, vamos ter mais despesas! Mas, garanto-vos que nenhum dinheiro do mundo e nenhum tempo do mundo seriam suficientes para compensar aquilo que o meu coração registou quando o Pedro os viu em casa pela primeira vez. Estou longe, em trabalho. Mas no dia em que a Zara e o Dutti chegaram, combinamos uma hora que me permitisse ver por FaceTime a reacção. Chorei... O Pedro tem um à vontade e uma preocupação tão genuína que me fazem encher o coração de orgulho e de amor. Tudo faz sentido assim. Todo o trabalho e todo o dinheiro serão recompensados, sempre que ao final do dia o Pedro possa brincar com os seus novos amigos de quatro patas... A família está completa e eu mais feliz ainda!

terça-feira, 5 de abril de 2016

Pessoas

A semana passada (estou com falta de tempo, como sempre, e não escrevi antes...) parei numa área de serviço para abastecer. Quando fui pagar atendeu-me uma senhora muito simpática que há sete anos me atendia todos os dias bem cedo, quando parava na mesma bomba (no sentido contrário). Quando trabalhava no Alto Minho, saía de casa TODOS os dias pelas 7:20h da manhã (odeio trânsito e por isso evito sempre as filas matinais) e parava logo na primeira bomba para tomar café e comprar as minhas revistas. Como a essa hora já estava habitualmente bem disposta, tomava o meu cafezinho e conversava com as senhoras... Pois bem, quando engravidei, fiquei em casa de baixa por gravidez de risco (já conhecem a história...), depois veio a licença de maternidade, as férias e... Eis que volto ao trabalho, mas não ao Alto Minho (do meu coração...)! 
Depois de voltas e mais voltas (já lá tinha passado antes, mas não a vi), encontrei esta senhora, que "me fez uma festa". Fiquei perplexa! A senhora não só se lembrava de mim como sabia há quanto tempo tinha deixado de passar por lá...  Não preciso de dizer mais nada, pois não?
Há pessoas que passam pela nossa vida de forma ligeira e leve e, mesmo de forma ligeira e leve, marcam! Pela simpatia, pela generosidade, pela forma sincera e verdadeira com que lidam com os outros. Sem qualquer tipo de interesse. Apenas porque sim! Foram necessários três anos para voltar a encontrar a senhora simpática. E na mesma semana em que tal aconteceu, soube que não voltarei (pelo menos para já) a passar lá em trabalho... Venham mais pessoas verdadeiras, sinceras, sorridentes até mim!! As outras?? Fujam!