quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Eu + Tu = Nós

Acordei cedo. Muito cedo. Fui para o Alto Minho, esse lugar onde estão as tuas raízes. Era sexta-feira e tinhas-me convidado para jantar. Tínhamos sido apresentados uns dias antes, em casa de uma amiga comum. Não achei que fosses alguém com quem me envolvesse. E tu pensaste a mesma coisa. Detestei que tivesses chegado atrasado ao jantar porque "Fui correr"! Logo eu que não gostava de correr nem gostava de atrasos (esta parte mantenho inalterada...). "Deve ter a mania", exclamavam os meus neurónios a cada segundo que passava. Pelo menos o vinho que levaste era bom. Nao sei porque me convidaste para jantar. Nem sei porque aceitei. Mas o destino acontece sem explicações e, nessa noite, foste buscar-me a casa. Percebi que tinhas lido, senão todos, grande parte dos textos do meu blog. E brincaste porque escrevi que preferia anos pares. Estávamos em 2011 e não esperava nenhum feito marcante na minha vida nesse ano. Fomos jantar e sorriste quando respondi com palavras carregadas de ironia ao empregado. Fomos sair à noite e eu sorri quando não quiseste entrar no bar da moda com medo de encontrar algum "caso" recente. Há coisas mesmo engraçadas. Estava tão despreocupada. Tão tranquila. Tão sem expectativas. Talvez por isso a luz tenha aparecido quando me beijaste naquela madrugada. Talvez por isso o mundo tenha mudado quando retribuí o beijo naquela noite de Inverno. Ligaste-me no dia seguinte e quem me viu atender o telefone chamou-me a atenção para o sorriso que vestia nesse dia. Apareceste-me na noite seguinte, na mesma casa onde tínhamos sido apresentados e nenhum de nós sabia como comportar-se. Talvez tivesse sido um sinal e é por isso que festejamos. 11 de Fevereiro de 2011. Já lá vão 4 anos. Eu sou eu. Tu és tu. E é exactamente por isso que este nós é tão perfeito. Combinamos logo "sem cartões, nem complicações", aproveitando um slogan da moda. E levamos a nossa vida assim. Nunca interessou o meu passado. Nunca interessou o teu. Só nos preocupamos com o presente, sabendo que assim teremos um futuro. Eu sou eu. Tu és tu. E assim queremos manter até sermos velhinhos. De mãos dadas, como quando vemos televisão em frente à lareira. É a ti que quero encontrar ao fim do dia porque é contigo que quero e preciso de partilhar as minhas coisas. Amo a tua capacidade infinita de ouvires as minhas coisas. Amo que partilhes as tuas comigo. E como és paciente quando te falo da cor de verniz que escolhi para as unhas ou da sombra de olhos nova que comprei. E amo a forma como falas apaixonadamente da NBA e de como eu própria me interesso hoje por isso. Eu sou eu. Tu és tu. Mas somos uma equipa. E falta-me o ar quando me ausento. E falta-me o ar quando te ausentas. E sinto-me perdida de amor quando te vejo com o nosso filho e quando tenho a sensação que me estavas destinado. Amo-te! A vida não é fácil, mas partilhamos o peso do dia-a-dia. Só contigo faz sentido e EU + TU = NÓS!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Coração com nódoas negras

E eis que chega o dia e percebo que não vou conseguir proteger o Pedro de tudo...
Ontem chegou a hora do banho, momento especial, sempre divertido. O Pedro agora só quer estar de pé, até mesmo dentro da banheira. Preciso de dizer o que aconteceu enquanto colocava a pasta de dentes na escova para lhe dar?? Não preciso. O resultado foi a primeira nódoa negra. Infelizmente no rosto. Um susto que me valeu o pânico. Um medo que se entranhou no corpo. Uma ansiedade que se instalou na minha mente e coração. Se foi assim comigo ao lado, como vai ser quando eu não estiver? Como vai ser quando ele estiver na escola sozinho? 
Ainda não passou. Sei que não vai passar. Não é isso a maternidade afinal? Este amor incondicional e infinito que nos arranca o sossego para sempre e nos deixa alerta até à eternidade? Imagino já o meu filho adolescente, adulto até, e eu preocupada, com o coração de mãe nas mãos. 
Esta foi a primeira de muitas, estou certa, nódoas negras do Pedro. A única coisa que posso esperar é que as futuras sejam todas de brincadeiras, descobertas ou acidentes insignificantes. Por todas elas ficarei com pena de não poder ser eu a ficar com a dor e o desconforto. Por cada uma delas surgirá uma ferida no meu coração... Poderei não estar presente para levanta-lo, mas estarei sempre disponível para todos os abraços que ele precise, para todo o mimo que ajude a tratar as nódoas negras, para limpar todas as lágrimas.