terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A guerra do percentil

Quando um bebé nasce, alguém como eu acha (mais ou menos) normal que as amigas, conhecidas, ou nem isso, já mães ou tias ou madrinhas ou apenas amigas de outras mães perguntem coisas como "com quantas semanas nasceu?", "com que peso nasceu?", "e quantos cms?", "e com quantos dias sorriu a primeira vez?", e mamou até quando?", "e quando, quanto, como, porquê?????". Mas, convenhamos, é normal e aceitável nos primeiros 15 dias. Depois acaba-se a graça. Eu confesso que não ando atrás do que as outras crianças fazem. Não me interessa. E não leio livros sobre o crescimento. Para quê?
Agora que o Pedro já está com 14 meses (e descobri que ele já está com 14 meses hoje, dois dias depois de ele ter completado os ditos 14 meses... Mãe desnaturada...), chegam as perguntas sobre as actividades que a criança já é capaz de fazer, que tarefas desempenha... "Ele já fala?", "ele já anda", "bate palmas?", "ri?", "ainda cabe na banheira?" e a derradeira "em que percentil está?"
Respondo já a todas: Não anda. Não fala. Sim, bate palmas. Sim, ri. Cabe na banheira sentado. Sei lá em que percentil está? Meu Deus! O que interessa isso? Que me interessa se o teu já tem 15 dentes e o meu 6? Que me interessa se o teu começou a andar aos 10 e o meu aos 14 só dá uns passos? E muito menos se o teu já diz papá desde os 11 e o meu só fala a sua própria língua, inventada por ele, falada apenas por ele? Que chatice. Ainda não fala português, nem checo, nem inglês... E o percentil? Não sei! Não quero saber. Sempre que vou ao pediatra ou à USF preocupo-me em saber se ele está bem, se tem um crescimento normal, mas não ando à procura que o meu filho rebente escalas. Nem físicas nem intelectuais. 
Sabem o que podem perguntar-me? Se o meu filho é uma criança feliz!! Sim?? Isso sim, é uma pergunta boa. E a essa sim eu quero responder. Quero responder que sim! É uma criança feliz! Quero que seja uma criança feliz! Farei tudo para que seja sempre feliz!
Agora, por favor, parem de me perguntar sobre as escalas de crescimento dos livros porque, caso não saibam, cada criança é diferente da outra e nenhuma é melhor ou mais inteligente que a outra por rebentar escalas! Ok?? Paz!

1 comentário:

  1. Que bom que não sou a unica mãe que està marimbando para essas tretas dos percentis e afins. A mim também nunca me perguntaram se o meu filho é feliz. É pena. Porque adoraria responder. Isto de ter filhos não é uma competição. Para mim a unica coisa que importa é que ele é feliz e saudavel. :)

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