sábado, 25 de julho de 2015

Há humanos que são uns animais...

Sempre tivemos cães em casa. Desde que me lembro. E sempre tive medo deles. Eram grandes. E apanhei um susto quando era miúda... Ainda assim, habituei-me a que todos os dias havia alguma preocupação com os cães. Eles nunca dormiram dentro de casa. Felizmente sempre morei em casas com quintal e eles andavam soltos no quintal. Tinham abrigo, sombra, água, espaço. Hoje olho para trás e sei que eles foram bem tratados, mas não foram parte da família.
Quando começámos a pensar em ter um cão e tomámos a decisão de adoptar um, eu imaginei desde logo um cão para fazer parte da família. Um cão para conviver connosco. Um amigo para o Pedro e para nós. Sonhámos que crescessem juntos. E é isso que está a acontecer desde que adoptámos o Loubie.
Adoptar o Loubie trouxe-me outro tipo de consciência ao tratamento que é dado no nosso país aos animais de estimação. E com isto não estou a dizer que devemos dormir com os cães ou os gatos na nossa cama. E admito até que não tenham que ter os animais dentro de casa. Desde que eles tenham as condições que precisam para viver no exterior. Não critico, apesar de fazer diferente!
O Loubie está em casa e no jardim. Entra e sai mais ou menos ao ritmo dele e ao nosso também. As regras estão definidas e ele não desobedece. Não vai para o piso dos quartos. Anda livremente no r/c. Mas quando não estamos na cozinha ele também não está autorizado a entrar (imaginem o que seria feito dos bifes ou das cenouras que estivesse em cima do balcão...). Comigo abusa sempre. Eu deixo. Com o Luís não! Já com o Pedro, deixa-o fazer tudo. É uma alegria vê-los juntos.
Comecei a seguir páginas de protecção dos animais e dou por mim diariamente a seguir os apelos de adopção e a querer adoptar todos os animais. Não podemos. E não se trata apenas de dinheiro. Trata-se sobretudo de falta de tempo. Passeamos o Loubie três vezes por dia. E isso já nos tira tempo ao Pedro (um dia ele também irá, mas até lá não pode participar), ao exercício, à leitura, ao meu casulo.
 
Infelizmente não preciso de ver páginas de associações para assistir a algumas atrocidades.
Um dos meus vizinhos tinha sempre o cão preso, numa jaula. Depois de ver o Loubie começou a soltá-lo. Não é todos os dias, mas já é a maior parte do tempo. Melhor assim!
 
Mas um dia, em que eu me indignei com as condições em que esse cão se encontrava, o meu marido disse-me "se achas esse mau, tens que ver aquele!". Não vi nesse dia. Acho que nem ouvi. Mas chegou o dia em que fui espreitar e... Escândalo! Numa jaula pequena, dia e noite, ao frio e ao calor. A cadela não se mexe, mesmo quando me "penduro" no muro e a chamo, ou mesmo quando lhe atiramos água com a mangueira nos dias de calor tórrido. A cadela não se mexe, não ladra. Andei a convencer o Luís a ir falar com os vizinhos, mas ele tem razão quando diz que eles jamais admitirão aos vizinhos que a cadela está em más condições. São pessoas instruídas, sim! Mas a instrução (e o dinheiro, já agora) não lhes trouxe humanidade, nem tão pouco capacidade para tratar um cão ou um gato como um ser vivo! A cadela é um objecto que eles se limitam a alimentar. Também limpam a jaula, é verdade, mas isso não é suficiente.

 
Hoje decidi que vou denunciar. Na impossibilidade de conversar, vou fazer o que está ao meu alcance. Já liguei para a linha SOS Ambiente. Funciona 24h/dia, sempre! É o 808 200 520. Em alternativa também podemos enviar um mail para cepna@gnr.pt. O denunciante decide se quer fazer uma denúncia anónima ou identificada. Só precisamos da morada completa para posterior investigação. É o que está ao meu alcance. E hoje mesmo ficará tratado.
 
Por favor, não esperem tanto tempo. Se virem, souberem de alguma situação destas, denunciem! Os animais não se queixam, não podem ir à polícia... Ninguém é obrigado a tê-los. Mas já que os têm, há que tratá-los com dignidade e humanidade!!!

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