quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Intensidade

Para a Tula:
"O valor das coisas não está no tempo que duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
Uma das minhas frases favoritas! Uma das frases que tento ter sempre presente quando perco, quando sinto falta...
Nos últimos dias tive a visita de uma amiga. Uma amiga que ganhei por acaso (parece-me que é sempre assim, afinal!) e que desde então está presente na minha vida. Talvez nos tenhamos aproximado pelos momentos conturbados que ambas vivíamos na época em que nos conhecemos. Talvez estivesse escrito algures nos astros que tínhamos que ser amigas. Talvez haja um propósito ainda por descobrir. O que é um facto é que somos amigas e, apesar desta imensidão que nos separa (o oceano Atlântico), estamos presentes na ausência física.
Ontem ela regressou. E caiu um vazio em casa (que deixou de ter movimento durante o dia). Caiu um vazio na caixa íntima das minhas emoções (que sabe que não pode ter a cumplicidade do olhar e da gargalhada, nem a sinceridade das lágrimas sempre que são necessárias). E é então que chega a SAUDADE. Chega aquele sentimento que nos arranca o melhor que vivemos e nos impossibilita de rejubilar de alegria pelo que foi vivido.
Nada acaba aqui, hoje, para sempre. Foi feito apenas um "pause" físico. Ainda este ano tenciono reencontrar-me com ela e com outros amigos que não vieram desta vez e, por isso, não vou sentir saudade. Porque saudade sentimos daqueles que não voltaremos a ter junto de nós. E os amigos teremos sempre connosco.
Ainda assim, não resisto, simplesmente porque adoro:
As coisas vulgares que há na vida não deixam saudade.
Só as lembranças que doem ou fazem sorrir.
Há gente que fica na história, na história da gente.
E outras de quem nem o nome lembramos ouvir.
São emoções que dão vida à saudade que trago,
Aquelas que tive contigo e acabei por perder.
Há dias que marcam a alma e a vida da gente.
E aquele em que tu me deixaste não posso esquecer.
A chuva molhava-me o rosto gelado e cansado.
A ruas que a cidade tinha já eu percorrera
Meu choro de moça perdida gritava à cidade
Que o fogo do amor sobre a chuva há instantes morrera.
A chuva ouviu e calou o meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro trazendo a saudade...

1 comentário:

  1. Simplesmente maravilhoso! Te adoro muito. Saudades é pouco para descrever o que sinto e a falta que fazes aqui! A Grécia nos aguarda. Beijos, Tula.

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